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Mestiçagem

Mestiçagem

O que significa ser "branco", "negro", "amarelo" e "mestiço"? Para a maioria das pessoas essas denominações parecem resultar de evidências biológicas que se impõe sozinhas, porém é preciso lembrar que essas são categorias herdadas da colonização, apesar de ainda restringirmos nossa percepção apenas para o campo do visível. E o que isso significa? Significa que a mestiçagem não pode ser caracterizada apenas como algo estritamente biológico, ou seja, genes de populações originalmente diferentes misturados. Isso porque existe ligação direta do seu conteúdo com as ideias que se fazem dos indivíduos que compõem essas populações e pelos comportamentos que eles supostamente possuem. Rediscutir a mestiçagem no Brasil é uma necessidade que expressa responsabilidade social porque traz à tona um debate importante relacionado à mistura de brancos com não brancos (asiáticos, índios, mas principalmente negres) e o branqueamento da população.

Mulheres com três etnias diferentes: asiática, branca e negra.

Por que falar sobre

Mestiçagem

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A mestiçagem é uma etapa transitória no processo de branqueamento nacional e esse é uma peça central da ideologia racial brasileira, como, por exemplo, o pensamento dominante de décadas atrás ver o desaparecimento da herança cultural e biológica de negros e indígenas como fator de progresso. Por isso, entender sobre mestiçagem faz com que outros temas venham junto quase que "naturalmente", como autodeclaração, etnias, colonização, escravidão, entre outros. Sendo assim, ao invés de encarar a mestiçagem como um fenômeno natural, isto é, como se fosse o resultado de uma pré-disposição dos portugueses para a mistura étnica, é importante falar dela como fruto de um dispositivo de poder para assim ser mais "simples" de entender o contexto racial brasileiro. 


Como aprender mais sobre

Mestiçagem

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Mulheres com três etnias diferentes: asiática, branca e negra.

Talvez o termo pardo se preste apenas para agregar os que, por terem a sua identidade étnica e racial destroçada pelo racismo, pela discriminação e pelo ônus simbólico que a negritude contém socialmente, não sabem mais o que são ou simplesmente não desejam ser o que são.

Sueli Carneiro filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Sueli Carneiro é fundadora e atual diretora do Geledés.
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